MARIETA LIMA DE
MEDEIROS, PRIMEIRA OCUPANTE DA CADEIRA
DE Nº 13 DA ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES MOSSOROENSE, QUE TEM COMO
PATRONA – IRMÃ INEZ
Nascida em Mossoró-RN,
no dia 12 de janeiro de 1912 e faleceu em Mossoró, no dia 5 de janeiro de 2013, com 101 anos de idade,
sendo filha de Maria Lima Rocha e João Lima Rocha, Marieta Lima passou a sua
infância na fazenda do Carmo. Onde foi criada na histórica Casa Grande, a
primeira casa de Mossoró construída pelos Carmelitas. Frades que na época
catequizaram os índios Monxorós.
Seus primeiros traços artísticos se manifestaram em carvão.
Posteriormente, ao receber aulas no Colégio das Freiras na década de 1920, aos
11 anos, teve aulas de piano. Por ter as mãos pequenas, desistiu de tocar. As
freiras perceberam habilidades artísticas visuais e ela começou a desenhar com
lápis de cera com a Irmã Inês. Era chamada apenas no colégio de MARIA. Sua
primeira obra foi aos 12 anos, em 1924, com o desenho de A Madona. Assinou como
Maria Lima, como as freiras determinaram. No final da década de 1930,
começou a pintar óleo sobre tela e restaurar imagens. Suas pinturas eram sacras
e tendenciadas ao clássico europeu. Seus principais temas eram a religiosidade
e a natureza morta.
Casou-se em 1931, teve quatro filhos. Dois
dedicaram-se. Na década de 1940 restaurava o teto das igrejas e logo após
a segundo guerra mundial foi a primeira mulher na cidade a usar macacão para
conseguir exercer o ofício nas artes. Por ser inovadora e solidária com o
próximo, pertenceu às Damas de Caridade. Distribuía alimentação e roupas para
os mais carentes. A experiência de estar mais próxima das comunidades e
realizar muitas viagens pelo interior do Rio Grande do Norte começou a focar
sua arte com temas regionais e de sua terra. Como a caatinga, o vaqueiro, o amanhecer
e o pôr-do-sol, os carnaubais e as mais variadas manifestações folclóricas da
alma nordestina começaram a ser contadas em suas telas. Já na década de
1950, começou a lecionar na Escola Normal ensinando a cadeira de artes
plásticas. Para acrescentar a renda confeitava bolos, cortava cabelos, decorava
festas para a alta sociedade. Entre 60 e 70, participou ativamente da vida
política da cidade. No tempo das campanhas de Aluízio Alves foi uma das
senadoras. Já em suas artes, foram espalhadas por varias regiões do Brasil,
como São Paulo, Rio, Salvador, Pernambuco, entre outros Estados. Por ser
referência na cidade e por pintar a regionalidade, suas obras foram vendidas
para Holanda, Estados Unidos, Itália e Portugal. Em seu ateliê que funcionava
em sua residência, ensinou para Boulier e Varela. Entre as suas obras
estão: A Sagrada Família, A Menina na Janela, O Vaqueiro, As Fofoqueiras, A
Sarça Ardente, O Menino da Esperança Esfarrapada, A Grande Queimada,
O Preto Velho, Os Carnaubais, As Caeiras, Lampião e Maria
Bonita. Entre 1980 e 1990, inovou ao usar cores fluorescentes e tintas em
relevo em suas telas. Mesmo tendo perdido uma de suas visões, continuou
pintando.
No decorrer de 2000 recebeu homenagens como uma sala de artes
com seu nome na Estação de Artes e Biblioteca Pública de Mossoró. No ano de
2008 foi considerada imortal pela academia de letras e artes plásticas de sua
cidade.
A maioria das obras de Marieta Lima não se sabe ao certo quem
ainda as possui. Sabe-se que parte delas encontra-se nos principais Órgãos
públicos do Estado do Rio Grande do Norte, famílias tradicionais e com seus
familiares.
No decorrer de 2000, recebeu homenagem como uma salas de
artes com seu nome na Estação das Artes e na Biblioteca Pública Municipal Ney
Pontes, em Mossoró
Em 2010 foi homenageada com o TRIBUTO ANA FLORIANO, da
Prefeitura Municipal de Mossor´p
FONTE; JORNAL DE FATO, EDIÇÃO DO DIA 8 DE JANEIRO DE 2012
(DOM)